Em 2016 a i-Motirõ, em parceria com a Escola da Mata Atlântica, coletivo de Agroecologia e Cultura livre sediado no interior do Rio de Janeiro, criou e executou o projeto “Guardiões e guardiãs de sementes de Aldeia Velha, dinamizando as variedades locais”.
A ação foi patrocinada pelo Fundo Saap da FASE-ASPTA e previa uma maior integração com os agricultores e agricultoras do entorno, sensibilizando-os para a questão da conservação genética das sementes crioulas, aproveitando os recursos locais. A experiência, de 6 meses, incluiu uma bolsa mensal para os guardiões e guardiãs de sementes como um estímulo e também uma valorização sobre o trabalho de guardar e multiplicar espécies locais, à medida que estas são representantes da diversidade e da riqueza alimentar e cultural regional.
Foram realizados encontros de trocas de experiências na Casa das Sementes Livres, espaço criado pelo coletivo da Escola da Mata Atlântica dentro da escola pública local para armazenar e trocar sementes antigas da comunidade e, também, de outros locais com a comunidade. A pequena casinha de pau a pique (técnica tradicional de construção) o local não funcionava como um banco de sementes, estocando grandes quantidades de sementes, mas como um espaço dinamizador de sementes, de pesquisa, armazenagem rápida e dispersão, com foco educacional e político, contribuindo para aulas de agroecologia e educação ambiental crítica para os estudantes da escola e alguns cursos para os moradores.
O projeto dos guardiões e guardiãs também estimulou a troca de material genético entre os agricultores e agricultoras e apresentou práticas agroecológicas (principalmente adubação verde, alelopatia e agricultura orgânica) por meio de vídeos, encontros, reuniões e visitas, que além de melhorar significativamente a qualidade de vida do produtor e seus familiares pudessem contribuir na conservação do meio ambiente.
A coordenadora do projeto e alguns dos guardiões aparecem nesta reportagem do programa “Como Será” da Rede Globo: https://globoplay.globo.com/v/5765004/